quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sobre preconceitos e resistências

Quando falamos em Yoga, a maioria das pessoas pensa em alongamento ou poses excêntricas praticadas por atrizes hollywoodianas ou cantoras pop. Quando falamos em meditação, vem à cabeça pessoas meio desligadas do mundo, pacíficas e calmas demais, o que alguns acham maluquice pura. Por isso, quando eu falo que vou fazer um curso de formação para ser professora de Yoga, meus pais pensam que é mais um capricho de quem não finaliza nada do que começa e outros acham que eu devo estar mais perdida na vida do que nunca.
A verdade é que, antes de emitir um juízo de valor, o mais racional a fazer seria conhecer. Eu até tento explicar, mas nada se compara com a prática. A Hatha Yoga tem o poder de nos fazer experienciar níveis de realidade diferentes do que estamos acostumados. Só depois de sentir a paz que a Yoga propicia, entre tantos outros benefícios, dá pra entender porque tantos se apaixonam por ela, e porque eu quero fazer deste o meu caminho.
As situações da vida não são favoráveis à prática espiritual. E, como disse Marco Schultz: “A revolução interna que muitas vezes estamos vivendo, de forma solitária, e, inevitavelmente, cheia de questionamentos, sofre ainda mais quando não temos a compreensão e respeito alheios”.
Tenho pouquíssima autoconfiança, especialmente quando estou cansada. Muitas vezes me questiono se tenho as qualidades de uma yogi. Não quero mostrar que tenho potencial pra no fim me “perverter” por fraqueza, falta de vontade, covardia, não sei. Nesse caminho, não dá pra ser covarde e preguiçoso, pois não há meio termo ao se entregar.
O que me consola é saber que a renúncia está no coração. O interesse é algo que se sobrepõe ao racional, e isso não quer dizer ser impulsivo ou sem critérios. Não é renunciar ao caminho “comum” e ficar no vazio, é abrir mão de uma coisa e se apegar a outra. No interior, todo mundo sabe o que é correto ou não. Sei que se continuar praticando conseguirei acalmar a mente de forma a não ser reativa demais às experiências da vida.
Swami Sivananda já ensinava: “Pratique yoga agora, não adie. Este amanhã nunca virá. Que certeza você quer? A vida escoa e não existem garantias”.

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