domingo, 28 de fevereiro de 2010

Filme: Siddhartha

Filme baseado no livro de Hermann Hesse, já comentado aqui no blog.
Eu adoro ler livros e depois assistir aos filmes baseados neles. Claro que sempre prefiro o livro – foi o caso dessa vez também –, mas gosto de comparar a imagem que eu fiz com a do cinegrafista.
Um ponto positivo desse filme é a fotografia, em minha opinião. Muito poética. É um bom filme também para conhecer um pouco mais sobre a cultura indiana, através da natureza, dos cânticos, das danças, das vestimentas e da arquitetura mostrada. Repare na cor de esmeralda do rio Ganges no início do filme, nas roupas e enfeites de Kamala e nos rostos dos Sadhus. Note a trilha sonora. Há uma cena em que se toca o sino e a concha antes da refeição, como eu expliquei no post sobre a Satsanga.
O filme é um clássico, por si só já vale a pena conhecer, mais ainda quando se tem interesse pelo berço da Yoga.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Como um dos grandes preceitos da Yoga é a não-violência, acho que cabe nesse blog defender os direitos humanos e também dos animais. E sim, os animais têm direitos. A Declaração Universal dos Direitos Animais foi proclamada em assembléia, pela UNESCO, em Bruxelas, no dia 27 de janeiro de 1978, segundo a Wikipédia.
Nós crescemos comendo carne, vestindo couro e indo a circos e zoológicos, nunca pensamos no impacto que essas ações tinham sobre os outros seres vivos. Alguns de nós não pensam nem mesmo no impacto que tem a exploração de outros seres humanos – ou a escravidão acabou?
 
Eu sei que eu não possuo ninguém. Os animais também não são meus para comer, vestir e usar da forma que for. Todos os seres vivos têm direito a vida.
O Instituto Nina Rosa atua na área da defesa do direito dos animais e o site vale a pena uma visita, pois trás artigos ótimos: http://www.institutoninarosa.org.br/.
Aqui algumas dicas de Nina Rosa: “há muitas formas de ajudar os animais:
- Uma delas é não comê-los. (...) Será que se, para que pudéssemos comer a carne de um boi, uma galinha, um porco precisássemos matá-los com nossas próprias mãos, olhando nos olhos deles, ouvindo seus gritos, será que o faríamos? (...) evidente que estamos falando também dos peixes e crustáceos, todos os habitantes das águas, porque, apesar de alguns restaurantes os chamarem de ‘frutos do mar’, eles não crescem em árvores e são seres vivos, que sentem medo e dor como os demais animais, humanos ou não.
- Outra forma de ajudar os animais é não apoiar rodeios, circos, zoológicos, programas de nadar com golfinhos, caças, touradas, vaquejadas etc. e nem as empresas que os patrocinam;
- Adotar, e não comprar animais de estimação, é também uma forma muito eficaz de ajudar os animais domésticos. Comprar um animal, seja doméstico ou silvestre, é concordar com sua exploração. (...)
É preciso também a ação. Se alguém sofre pela situação de um animal e não faz nada, fica apenas o sofrimento. O da pessoa, e o do animal. (...) Se somos filhos de Deus, e se Ele, o Pai, viveu e vive para fazer o bem, que dúvidas ainda podem restar quanto à nossa tarefa? É por meio do exemplo positivo que podemos melhorar o mundo. Ética não se ensina falando sobre ela; ética se pratica, e se irradia pelo exemplo, ao se agir com responsabilidade e consciência.”
Outra organização internacionalmente famosa de defesa dos direitos animais é o PETA: http://www.peta.org/. Paul Mc Cartney é um dos apoiadores da ONG: “Não comprem objetos confeccionados com partes de animais: dentes de elefantes (marfim) com pelos e peles de animais, vestuário de couro, brinquedos, chaveiros, cintos, tapetes. São objetos conseguidos por meio de muito sofrimento, de mortes, são recheados de terror. Não carreguem essa vibração com vocês!”
Para quem quiser saber mais sobre as idéias do PETA nas palavras de sua criadora, Ingrid Newkirk, na Prana Yoga Journal de setembro de 2009 tem uma entrevista lindíssima, em que fica muito claro que defender os direitos dos animais não tem nada de radical e extremado.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tem alguém aí?

Ás vezes, estou animadíssima com esse blog e fico exultante a cada visita (que não seja minha) que apareça. Outras vezes, além da insegurança de costume, penso que quando escrevo aqui, faz até eco.
Não quero ser hipócrita. É mentira dizer que acredito sempre em tudo que escrevo. Não que esse blog seja uma mentira, longe disso. É só que eu estou me esforçando, mas nem sempre acredito em Deus. E se não acredito, como posso dizer que temos que nos entregar a vida espiritual e amar a Ele? Na verdade, tenho umas crises de loucura em que O odeio. Odeio a vida, não vejo sentido em nada.
Ok, é muito evidente que estou em busca desse sentido, e não se espera mesmo que seja fácil e que eu nunca questione o caminho. Alguns dias são piores. Pra todo mundo acho.
Esse blog foi feito para ajudar aqueles que também se aventuram pelo mundo da Yoga, mas acho que, sobretudo, foi feito para me ajudar.
Se você estiver aí, lendo, e se interessar pela Yoga, pode me ajudar com algumas respostas ou mesmo com mais perguntas. Se você está lendo para me dar um apoio, e nem se interessa tanto assim pelo assunto, obrigada.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Namastê!

Aquele gesto feito com as duas mãos unidas em frente ao peito e uma leve inclinação da cabeça ao final de algumas aulas de yoga, dizendo ‘Namastê’, tem um significado muito bonito, a meu ver. Namastê traduz-se por ‘a divindade que está em mim saúda a divindade que está em você’, é um reconhecimento de que nós somos parte dessa divindade que nos criou e somos iguais.
Outros autores traduzem de forma um pouco diferente como: "Eu honro o Espírito em você que também está em mim." - atribuída ao autor Deepak Chopra; “Seu espírito e meu espírito são um." - atribuída à Lilias Folan; "Tudo que é melhor é mais superior em mim cumprimenta/saúda tudo que é melhor e mais alto em você". De qualquer forma, segundo Jefferson Ferreira: “Não se trata de um dogma religioso, mas sim de um preceito filosófico em yoga, originado da constatação, através de práticas de meditação profunda, que tudo no cosmos está inter-relacionado e interdependente e que toda a Vida provém de uma mesma fonte divina ou transcendental. Hoje em dia a percepção da realidade transpessoal muitas vezes tem sido usada até mesmo como uma forma de terapia e se diz, com razão, que a separatividade entre as coisas e seres é uma ilusão (ou maya, em sânscrito). Esse fato é também descrito em outras filosofias como no conceito do TAO chinês, ou mesmo na ciência acadêmica pela física quântica.(...) Namastê em si, é só um conceito, o importante é cultivo em nosso dia a dia desse estado de espírito de devoção e serviço a tudo o que é bom, belo e verdadeiro.”
Namastê!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

‘Sidarta’ é uma leitura deliciosa, cheia de lirismo. É uma história baseada na vida de Siddharta Gautama, o Buda.
O herói do livro, filho de brâmane, desde cedo teve contato com as escrituras sagradas, os rituais e a meditação, era brilhante, considerado um futuro sábio. Ávido por saber, nunca estava satisfeito, então largou tudo e escolheu um caminho mais árido: tornou-se samana. Aprendeu a jejuar, a suportar o frio, o cansaço e as dores, numa tentativa de esvaziar-se, de livrar-se do corpo.
Mais tarde conheceu a doutrina de Buda, e apesar de admirá-la imensamente, não acreditava que aquele caminho levaria à Libertação. Sidarta precisava encontrar o caminho por si próprio, sozinho. Assim, despertou os sentidos para os prazeres do mundo, viveu intensamente, mas sem sentir-se realmente inteiro. Como nós muitas vezes nos encontramos na nossa busca pela felicidade. A princípio não ‘sentimos com os sentidos’ realmente, estamos distraídos e amortecidos, e quando sentimos, sabemos intimamente que a felicidade não está ali.
Durante essa caminhada, assim como Sidarta, devemos nos desapegar da vida conhecida, carnal e material (como a ligação dele com a cortesã Kamala e com o comerciante Kamasvami), cheia de sofrimento, e nos purificar (atravessar o rio com o barqueiro Vasudeva e aprender com o rio). A pedra fundamental do budismo, e da Yoga também, é o domínio dos desejos, que nos traz sofrimento. A existência é sofrimento, causada pela ignorância, a superamos quando compreendemos a nossa real natureza, o Atman. Para o Buda, meditando.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pra mim, uma das maiores qualidades de São Paulo é a grande variedade de restaurantes de todo tipo. Come-se muito bem por aqui. Comida grega, árabe, tailandesa, japonesa, italiana (a melhor pizza do mundo), mexicana... Nesse mar de opções, o meu restaurante preferido é o Gopala Hari, antigo Gopala Prasada.
Descobri o restaurante de comida indiana antes de descobrir a Yoga. Paixão a primeira vista.
Gosto dele porque exala um cheiro delicioso que invade o restaurante vizinho. Encanta-me a delicadeza do ambiente com pétalas de rosas pelo chão até a calçada. Amo o sabor da comida, parece que eles usam algum tempero secreto especial. Tenho a impressão, sempre, que a comida é preparada com muita devoção, entoando mantras. Não sei se é o caso, só sinto que o sabor é tão especial que aquela comida deve fazer bem até pra alma!
Tenho vontade de aprender mais sobre culinária indiana vegetariana. Mais do que isso, o restaurante me inspira a brincar com temperos de forma suave, mas definitivamente marcante, e a colocar todo amor no alimento, fazer deste uma oferenda.

Gopala Hari - R. Antônio Carlos, 429 - Consolação – Telefone: 3283-1292

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Estou tentando me tornar vegetariana. Não porque o vegetarianismo é quase uma lei entre os yogis, mas porque quanto mais conheço essa filosofia de vida, mais me encanta.
Faz todo sentido parar de comer carne quando se adota o princípio de não-violência (ahimsa), um dos yamas da Yoga; mais ainda quando nos damos conta da vida que esses animais levam, como são abatidos, como são desfigurados para que não pensemos que estamos comendo cadáver.
Osho escreveu algo bastante interessante sobre isso: “O vegetarianismo simplesmente significa: não destrua a vida; vida é Deus. Evite destruí-la, senão você estará destruindo a própria ecologia. (...) O que você come, você se torna. Se você come algo que esteja fundamentalmente baseado em assassinato, em violência, não pode se elevar acima da lei da necessidade. Você se tornará mais ou menos um animal.(...) Quando você vive da morte, não tem nenhum respeito pela vida, é inimigo da vida. E quem é inimigo das criaturas de Deus também não pode ser amigo de Deus. Se você destruir uma pintura de Picasso, não pode ser respeitoso para com Picasso, é impossível. Todas as criaturas pertencem a Deus; Deus vive nelas, respira nelas. (...) Quando você vê um animal, se a idéia de irmandade não lhe surgir, você não sabe o que é prece, nunca saberá o que é prece. E é tão feia a própria idéia de que apenas por comida, apenas pelo paladar, você pode destruir a vida. É impossível acreditar que o ser humano siga fazendo isso.”
Na Yoga, o vegetarianismo ainda implica numa meditação mais fácil e profunda.
Pedro Kupfer também já escreveu sobre vegetarianismo e Yoga: “Em sânscrito, vegetarianismo se diz shakaharah. Shakaharah significa literalmente 'comedor de vegetais' (shaka = vegetal). A pessoa não vegetariana é chamada mamsaharah, que significa 'comedor de carne' (mamsa = carne). O Manudharmashastra, um texto de mais de 2.000 anos de antiguidade, dá a seguinte explicação sobre a palavra mamsaharah: 'Os sábios declaram que o significado da palavra mamsa (carne) é [o seguinte]: 'ele (sa) irá comer minha carne [na próxima encarnação] se eu (mam) comer a dele agora'. Portanto 'mamsa' significa literalmente 'eu + ele'. Isso nos leva ao tema da unidade que existe na criação e à constatação de que, qualquer coisa que fizermos contra a harmonia universal, irá irremediavelmente nos atingir no futuro.” Outro forte argumento a favor do vegetarianismo é a devastação de grandes florestas, como a nossa Amazônia, para servirem de área de pasto e o fato de que essas áreas acabariam com a fome mundial se produzissem soja, por exemplo.
É quase impossível ser 100% vegetariana, afinal vivemos numa sociedade capitalista em que inimagináveis coisas que consumimos implicam em algum tipo de violência animal (testes de vacinas, remédios e cosmético, sapatos e bolsas de couro, até o filme fotográfico, pra citar alguns). Entretanto, além do esforço pela ética, ao menos, me esforço pela minha saúde – ninguém nunca disse que comer muitos vegetais e grãos mata, mas gordura animal é um grande problema. Quem foi que disse que os seres humanos são carnívoros?
Este post viraria um livro se eu começasse a citar todas as discussões em torno do tema. Existem na web vários sites interessantes sobre o assunto, como o http://www.vegetarianismo.com.br/.

Comentem e adotem um dia sem carne.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que é Hatha Yoga

Algumas pessoas me perguntam qual yoga praticar. Pra tentar ajudar um pouco, neste post vou falar sobre a Hatha Yoga. Outros posts nessa linha virão. Aguardem.
A Hatha Yoga foi usada na Índia para purificar o corpo físico, liberar o corpo e a mente de tensões profundas, acordar a fonte de energia interior (Kundalini) e direcioná-las aos centros energéticos mais elevados do cérebro, expandindo assim a consciência pessoal e trazendo a conscientização de Deus. Hatha Yoga é saúde. A prática de asanas controla as emoções, produz paz mental, distribui o Prana através do corpo e dos diferentes sistemas, ajuda na manutenção do funcionamento saudável dos órgãos internos, proporciona massagem interna aos órgãos abdominais.
“Ha” e “Tha” significam a união do sol e da lua, referem-se à naddi ida e naddi pingala (canais energéticos), que devem ser purificados para melhor canalizar a energia em direção às células cerebrais, e também referem-se ao equilíbrio entre opostos.
A prática é formada, resumidamente, por:
1- Sat-Karma: seis sat-kryas:
· Neti para limpar os sinos nasais;
· Basti para limpar o intestino grosso quando há constipação;
· Dhauti para limpar o estômago;
. Nauli, limpeza através de movimentos abdominais;
· Kapalabhati limpa os naddis (existem 72 mil pelo corpo), que são canais sutis de energia;
· Trataka para desenvolver a concentração, por olhar fixamente para um ponto.
2- Asanas: trabalham com a flexibilidade da coluna e a purificação do líquido espinal. Acredita-se que muitas doenças, inclusive mentais, podem ser curadas pela Hatha Yoga, equilibrando a energia, as glândulas, o sistema simpático e o parassimpático.
3- Pranayamas: Prana = energia vital, Yama = controle ou expansão. É o controle da respiração ou controle do Prana.
4- Bandhas: para localizar a energia e bloquear os canais em nosso corpo.
5- Mudras: canalizar a energia de maneira adequada e assim obter mais relaxamento e mais consciência.
6- Pratyahara: concentração.
7- Meditação.
8- Samadhi (Hatha Yoga leva à Raja Yoga).
É uma prática, em geral, bastante tranqüila. A idéia é permanecer nos asanas de forma confortável e estável, controlando a respiração e concentração. Ideal para quem procura um exercício para relaxar, para obter mais calma e saúde. Experimente.

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