sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Livro: Sidarta de Hermann Hesse

‘Sidarta’ é uma leitura deliciosa, cheia de lirismo. É uma história baseada na vida de Siddharta Gautama, o Buda.
O herói do livro, filho de brâmane, desde cedo teve contato com as escrituras sagradas, os rituais e a meditação, era brilhante, considerado um futuro sábio. Ávido por saber, nunca estava satisfeito, então largou tudo e escolheu um caminho mais árido: tornou-se samana. Aprendeu a jejuar, a suportar o frio, o cansaço e as dores, numa tentativa de esvaziar-se, de livrar-se do corpo.
Mais tarde conheceu a doutrina de Buda, e apesar de admirá-la imensamente, não acreditava que aquele caminho levaria à Libertação. Sidarta precisava encontrar o caminho por si próprio, sozinho. Assim, despertou os sentidos para os prazeres do mundo, viveu intensamente, mas sem sentir-se realmente inteiro. Como nós muitas vezes nos encontramos na nossa busca pela felicidade. A princípio não ‘sentimos com os sentidos’ realmente, estamos distraídos e amortecidos, e quando sentimos, sabemos intimamente que a felicidade não está ali.
Durante essa caminhada, assim como Sidarta, devemos nos desapegar da vida conhecida, carnal e material (como a ligação dele com a cortesã Kamala e com o comerciante Kamasvami), cheia de sofrimento, e nos purificar (atravessar o rio com o barqueiro Vasudeva e aprender com o rio). A pedra fundamental do budismo, e da Yoga também, é o domínio dos desejos, que nos traz sofrimento. A existência é sofrimento, causada pela ignorância, a superamos quando compreendemos a nossa real natureza, o Atman. Para o Buda, meditando.

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