domingo, 7 de fevereiro de 2010

Yoga e vegetarianismo

Estou tentando me tornar vegetariana. Não porque o vegetarianismo é quase uma lei entre os yogis, mas porque quanto mais conheço essa filosofia de vida, mais me encanta.
Faz todo sentido parar de comer carne quando se adota o princípio de não-violência (ahimsa), um dos yamas da Yoga; mais ainda quando nos damos conta da vida que esses animais levam, como são abatidos, como são desfigurados para que não pensemos que estamos comendo cadáver.
Osho escreveu algo bastante interessante sobre isso: “O vegetarianismo simplesmente significa: não destrua a vida; vida é Deus. Evite destruí-la, senão você estará destruindo a própria ecologia. (...) O que você come, você se torna. Se você come algo que esteja fundamentalmente baseado em assassinato, em violência, não pode se elevar acima da lei da necessidade. Você se tornará mais ou menos um animal.(...) Quando você vive da morte, não tem nenhum respeito pela vida, é inimigo da vida. E quem é inimigo das criaturas de Deus também não pode ser amigo de Deus. Se você destruir uma pintura de Picasso, não pode ser respeitoso para com Picasso, é impossível. Todas as criaturas pertencem a Deus; Deus vive nelas, respira nelas. (...) Quando você vê um animal, se a idéia de irmandade não lhe surgir, você não sabe o que é prece, nunca saberá o que é prece. E é tão feia a própria idéia de que apenas por comida, apenas pelo paladar, você pode destruir a vida. É impossível acreditar que o ser humano siga fazendo isso.”
Na Yoga, o vegetarianismo ainda implica numa meditação mais fácil e profunda.
Pedro Kupfer também já escreveu sobre vegetarianismo e Yoga: “Em sânscrito, vegetarianismo se diz shakaharah. Shakaharah significa literalmente 'comedor de vegetais' (shaka = vegetal). A pessoa não vegetariana é chamada mamsaharah, que significa 'comedor de carne' (mamsa = carne). O Manudharmashastra, um texto de mais de 2.000 anos de antiguidade, dá a seguinte explicação sobre a palavra mamsaharah: 'Os sábios declaram que o significado da palavra mamsa (carne) é [o seguinte]: 'ele (sa) irá comer minha carne [na próxima encarnação] se eu (mam) comer a dele agora'. Portanto 'mamsa' significa literalmente 'eu + ele'. Isso nos leva ao tema da unidade que existe na criação e à constatação de que, qualquer coisa que fizermos contra a harmonia universal, irá irremediavelmente nos atingir no futuro.” Outro forte argumento a favor do vegetarianismo é a devastação de grandes florestas, como a nossa Amazônia, para servirem de área de pasto e o fato de que essas áreas acabariam com a fome mundial se produzissem soja, por exemplo.
É quase impossível ser 100% vegetariana, afinal vivemos numa sociedade capitalista em que inimagináveis coisas que consumimos implicam em algum tipo de violência animal (testes de vacinas, remédios e cosmético, sapatos e bolsas de couro, até o filme fotográfico, pra citar alguns). Entretanto, além do esforço pela ética, ao menos, me esforço pela minha saúde – ninguém nunca disse que comer muitos vegetais e grãos mata, mas gordura animal é um grande problema. Quem foi que disse que os seres humanos são carnívoros?
Este post viraria um livro se eu começasse a citar todas as discussões em torno do tema. Existem na web vários sites interessantes sobre o assunto, como o http://www.vegetarianismo.com.br/.

Comentem e adotem um dia sem carne.

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