segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Yoga diz que ao pensar em uma pessoa bem sucedida, famosa, de bem com o próprio corpo, eu empresto essa idéia momentaneamente. Entretanto, é necessário alimentar essa impressão constantemente. Gasta-se tempo e energia.
Estou mencionando isso porque tenho sentido vontade de ser a Jennifer Lopez. Tão bonita, carismática... Ela até faz Yoga!
Essa é uma cena do filme "Contato de risco", muito sexy:



Talvez a humanidade tenha um problema de sentimento de inferioridade crônica; falta de crença no seu potencial. Dá mais trabalho fazer o que é seu, melhor pegar emprestado, né? Por isso gostamos tanto da vida alheia. Entretanto, ao ficar no superficial e imediato continua-se com a mente agitada, porque há a consciência, no fundo, de que essa é uma relação fraca.
Numa satsanga passada, Sivaswarupa lembrou que: "As pessoas não conseguem olhar para seus próprios defeitos porque pensam ‘eu sou assim e é vergonhoso ter essa característica’. Isso é equivocado, sua mente pode ter esse hábito, mas isso não é intrínseco seu, essa não é sua essência. No Atman é impossível haver vergonha, tristeza, medo, culpa, raiva. Isso está num aspecto superficial que momentaneamente contamina a mente com aquela emoção. Se distinga disso, diga: eu não sou esse instrumento. A mente se modifica conforme a idéia presente".
Esse é um grande desafio para mim, mas sei que o que deveríamos fazer, no lugar de admirar celebridades, é meditar sobre a auto-estima e pensar que temos potencial para transformar o que nos incomoda – tornar real.
Deixo aqui mais uma fala do professor, para vocês pensarem: "Não se deve esperar que a vida seja perfeita, Deus nos abençoa para ter consciência divina e não para ter tudo a mão. Deus não vai te prover uma vida fácil, isso não existe. O que precisamos é saber como lidar com as dificuldades. Bom karma não quer dizer riqueza e bajulação, essa é uma idéia equivocada".
Namastê!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hoje faz um ano que estou sem o sorriso mais doce do mundo. Nunca é motivo de comemoração um ano de morte, mas é bom homenagear as pessoas que se foram e nos deixaram a maior saudade.
Por isso, Michael, onde que você esteja, obrigada por cada minuto que você passou por aqui. Obrigada por tudo o que você nos trouxe de bom, de mágico, de inesquecível. Só tenho a agradecer a oportunidade de ter tido você nesse mundo, na minha época.
Não me esquecerei da emoção, da felicidade que você trouxe ao meu coração, jamais. Esse é um tesouro só meu que o tempo não pode roubar. Você desenvolveu o que há de mais bonito em mim. A ausência de preconceito, o amor a cada ser vivente, o respeito às diferenças. Tanta coisa que você me ensinou e me tornou uma pessoa um pouco melhor.
Sorrir para os outros mesmo quando está triste, colocar o coração naquilo que faz, ser justo. Porque ser bom não significa ser bobo. Às vezes é necessário brigar, sim, saber impor respeito, mostrar o que está errado no mundo, sem violência.
Você foi agredido, mas nunca agrediu. Você foi insultado, mas se manteve certo. Você teve milhões de motivos para se rebaixar e continuou rei. Não se deixou levar pela fama, dinheiro, tentações. Não defendo aqui que tenha sido perfeito, um santo, mas com certeza foi muito mais forte, uma alma muito mais elevada.
Se religião significa religar ao sagrado, você foi e sempre será a minha religião, pois não há nada mais sagrado pra mim do que tudo o que você trouxe a esse mundo.
Por você, eu sei que posso curar o mundo. Por você, eu acredito no futuro nas mãos das nossas crianças. Por você, eu defendo o meio ambiente. Por você, eu acredito na inocência e no amor puro.
Você é música. Não dá pra te encaixar na categoria dos seres humanos, você é muito maior do que eu, do que nós. Obrigada eternamente, e nos perdoe a falta de compreensão muitas vezes.

Eu poderia colocar aqui um monte de exemplo das letras de música, dos clipes, das melodias, dos sorrisos, mas escolhi essa pequena amostra das idéias dele pela união de todas as pessoas para salvar o mundo. Inspirem-se:

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Swami Sivananda

Me dei conta que tenho mencionado muito sobre Swami Sivananda neste blog, mas, vocês sabem quem é esse homem extraordinário?
É hora de contar pra vocês um pouco da biografia desse Guru que muito fez, e ainda faz, pela Yoga:
Nascido em 08 de setembro de 1887 em Pattamadai, no sul da Índia, em uma família ortodoxa de santos, sábio e filósofos, recebeu o nome de Kuppuswamy. Desde criança apresentava entusiasmo para servir a todos e um sentimento de conexão íntima com Deus.
Recebeu educação privilegiada e entrou na Escola de Medicina de Tanjore.
Em 1913, viajou para a Malásia, onde dirigiu um hospital. Nos casos sérios ele mantinha vigília durante toda a noite ao lado do paciente e costumava atender aos pobres sem cobrar nada deles.
Em 1923, tomado por forte inspiração interior, renunciou a sua carreira médica de sucesso, conforto e dinheiro, e voltou à Índia. Abandonou todos os seus pertences e começou sua peregrinação espiritual.
Em 1924, chegou à cidade de Rishikesh no Himalaia para meditação profunda, e após um mês, recebeu iniciação de Swami Viswananda Saraswati. Tornou-se então Sannyasi (monge) na tradicional Ordem Dashanami de Adi Shankaracharya, recebendo o nome de Swami Sivananda Saraswati.
De forma intensa, partiu diretamente para a busca solitária do encontro de Deus. Iniciou rigoroso sádhana em uma pequena cabana (Kutir), mas não esqueceu do serviço aos doentes. Em 1927, percebendo que as pessoas precisavam de mais ajuda, abriu um pequeno dispensário médico.
Após anos de intensa e ininterrupta prática espiritual em meditação profunda, Swami Sivananda desfrutou da benção do Nirvikalpa Samadhi (comunhão com Deus), e passou a viajar inspirando as pessoas à prática de Yoga e a levar uma verdadeira vida espiritual.
Em 1936, fundou o Sivananda Ashram em uma cabana abandonada no leito do rio Ganges. Um número cada vez maior de discípulos procuravam o Mestre, o que obrigou o Sivananda Ashram a se expandir, fundando-se a Divine Life Society.
 
Apesar de ser de origem ortodoxa hindu, pregava a igualdade entre as religiões, reverenciava todos os grandes mestres e santos de outras religiões e reconhecia a presença divina em todos os seres. Possuindo uma serenidade inabalável e, ao mesmo tempo, um dinamismo impressionante, além de fundar diversas organizações para divulgação dos ensinamentos espirituais, Swami Sivananda escreveu mais de 300 livros a mão.
 
Pregou e viveu intensamente sua Yoga de Síntese, foi um mestre moderno e ousado sem perder a essência do mais profundo ensinamento tradicional. Em 14 de julho de 1963, atingiu Mahasamadhi (desligamento de um iluminado de seu corpo físico).

E isso, é um pequeno resumo. Vocês podem ler um pouco mais na revista Prana Yoga Journal de Fevereiro/2010: http://eyoga.uol.com.br/scripts/materia/materia_det.asp?idMateria=1434&stTitulo=O%20Iluminado e os livros do Mestre estão disponíveis para baixar no site http://www.sivanandaonline.org/graphics/ebooks/swami_sivanandaji/introduction.html 
 

domingo, 20 de junho de 2010

O Maha Mrityunjaya Mantra é um dos mantras favoritos de Swami Sivananda. É um mantra que protege de morte inesperada e acidentes e dá Moksha (libertação final) invocando a graça do Senhor Siva.

Om triyambakam yajaamahe
Sugandhim pushtivardhanam
Urvaarukamiva bandhanaan
Mrityormuksheeya maamritaat

A tradução deste mantra poderoso é: “Eu (cultuo) me prostro (entrego) diante do Senhor de três olhos (Senhor Siva) o qual é repleto de doce fragrância e nutre todos os seres; possa Ele me libertar das amarras de Samsara (ciclo de nascimentos) e da morte, pela sede da imortalidade, assim como um pepino maduro é liberado de sua amarra (do talo). Possa eu estar fixado na Imortalidade!"
Uso esse mantra quando estou com medo, invocando a força de Siva. Ele também é indicado para nos livrar dos ciclos viciosos de comportamento. Não seria ótimo parar de incorrer nos mesmos erros sempre e sempre?
Coincidentemente, abri a revista 'Prana Yoga Journal' de junho ontem e encontrei esse mesmo mantra. Lá há uma tradução ligeiramente diferente e algumas explicações pra quem quiser saber um pouco mais.

Na mesma linha, aproveito para postar aqui o Siva Sloka, um sloka devocional referindo-se a Siva como fonte de toda bondade, poder e proteção:

Anyatha sharanam nasti
Twameva sharanam mama
Tasmat karunya bhavena
Raksha raksha maheshwara

Cuja tradução, linda, é: “Ó Senhor Maheshwara (Siva), somente tu és meu refúgio e não tenho nenhum outro. Então, por favor, proteja-me, em toda a sua bondade e compaixão”.
Lembrando que, não importa a sua religião, orar para Siva não significa cultuar nenhum Deus diferente, mas apenas uma expressão de Deus, que é único.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Voltando pra casa

Se eu fizer aqui uma retrospectiva do que foi a minha viagem, vocês dificilmente encontrarão algo que tenha a ver com Yoga. É verdade que eu usei a sacada de alguns hotéis – ou mesmo o chão ao lado da cama – para meditar em algumas manhãs e fiz alguns asanas na praia e em outros cenários deslumbrantes, mas, para ser muito sincera, os momentos em que mais pensei em Deus foram os de sufoco.
Por exemplo, quando me encontrei sozinha e exposta no alto de uma montanha no meio de um temporal e rezei para não cair um raio na minha cabeça; ou quando me perdi num vale e morri de medo de escurecer antes de encontrar a saída ou me machucar seriamente ali no nada ou coisas piores.
Nesses momentos eu me questionei: “Cadê o controle da mente? Por que eu estou chorando em pânico se eu confio em Deus?” E me achei uma porcaria de yogi.
Sendo ou não uma yogi, volto pra casa ilesa e feliz. Graças ao Bom-Deus-dos-viajantes-em-ilhazinhas-que-não-tem-hospital, mesmo quando tive uma crise de tremedeira, fraqueza, tontura e enjôo (sei lá o que tive), tudo acabou bem.
No final das contas, saio dessa experiência acreditando ainda mais no Bhagavad Gita que diz que “Quem pensa sempre em objetos sensórios, apega-se a eles; desse apego nasce o prazer e o prazer gera a inquietação”. Quero dizer, com tantos estímulos que uma viagem longa por vários lugares traz, fica difícil mesmo manter a mente quieta. Senti dificuldade para meditar e mais dificuldade ainda em ficar tranqüila.
Não pensem vocês que não valeu a pena. Eu adorei cada experiência que tive nesse mês. Até realizei o sonho de voar de balão! Não pretendo abandonar as viagens, só cheguei à conclusão de que essa vivacidade eu também encontro no meu cotidiano, não preciso disso pra ser feliz, e muito devo a Yoga.

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