terça-feira, 27 de abril de 2010

Um Ishta Devata pra chamar de seu

Escolher o meu Japa Mala me fez sentir o Harry Potter escolhendo sua varinha mágica. No famoso livro dizem que é a varinha que escolhe o dono. Senti que meu Mala me escolheu.

Experimentei girar nos dedos Malas de Rudrakshas e eles não “fluíam”. Experimentei Malas lindíssimos de cristal, não tinham espaço suficiente entre as contas. Tentei Malas com contas gigantes e pequenininhas. Aí me apaixonei a primeira vista por um de sândalo. Pena que a Ana, minha colega de curso, também.
Então resolvi dar uma chance para um Mala delicado de Tulasi. Me esforcei mesmo para amá-lo. Estávamos quase nos entendendo quando a Ana desistiu do dela porque “fazia um atrito estranho".
O atrito que ela disse sentir, eu nunca senti. As contas de sândalo tinham o tamanho perfeito, a distância perfeita e o cheiro – meu Deus, adoro o cheiro dele! – delicioso que exala a medida que o passo entre os dedos. Nos demos muito bem de cara, acredito que ele veio diretamente da Índia predestinado a mim.
Exageros a parte, o mesmo acontece na escolha do Ishta Devata, ou divindade preferida. No hinduísmo Deus tem diversos nomes e formas. A princípio eu não achava que tinha que escolher nenhum deles porque posso simplesmente amar a Deus. Achava que eu não era uma idólatra e por isso não queria ficar meditando na imagem de ninguém, nem de Shiva, nem de Krishna, nem de Buda, nem de Jesus.
Vamos cair na real, como fã de Michael Jackson que sou, como posso pensar que não sou idólatra? Tenho imagens dele espalhadas pela minha casa e mando muito amor para cada uma delas, não consigo deixar de sorrir vendo o seu sorriso! Sei que algumas religiões condenam isso, eu não acho que haja nada de errado em simplesmente amar, da forma mais pura e gostosa.
Amar a Deus abstratamente é muito mais difícil no começo do processo de desenvolvimento espiritual. Claro que eu consigo vibrar amor quando imagino uma luz, ou uma idéia qualquer de Deus, mas não quando estou mal. Quando estamos mal, é natural querer ajuda, querer colo. Não dá pra pensar ‘eu sou perfeita, eu sou Deus’, eu quero é que Deus escute o meu desespero e me mande ajuda!
Sem querer, sem forçar nada, só mantendo essas coisas em mente, descobri o meu Ishta Devata. O mantra dele me ajuda na meditação e há uma imagem dele que gosto de observar, me passa boas sensações.
Ainda não consegui comprar um quadro pra praticar trataka. Não quero comprar qualquer um com a cara dele, quero um que “me chame”, que desperte o meu amor naturalmente. Que me escolha como a varinha de pena de fênix escolheu seu bruxinho.

1 comentários:

Unknown disse...

muito boa a percepção de amor! parabens!

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