terça-feira, 1 de abril de 2014

Satya e o Dia da Verdade


Primeiro de abril, o Dia da Mentira, será o meu primeiro Dia da Verdade.

Estive em um curso de yoga neste final de semana e o professor pediu, como lição de casa, para escolher (ou ser escolhido por) um yama ou niyama para “trabalhar” neste semestre.

Oportunamente escreverei um post sobre os yamas e niyamas. Por ora basta saber que são diretrizes éticas externas (yama) e observâncias éticas internas (niyama), que nos conduz a desenvolver controle sobre nossas ações no mundo externo e a autopurificação.

O meu, não pergunte como nem por quê, é Satya.
 
 

Satya é traduzido por verdade, veracidade. É a coerência entre os pensamentos, ações e palavras. É ser honesto.

Mas é mais do que não mentir. A minha busca por uma vida com mais Satya é uma busca por menos auto sabotagem, menos autoengano, menos falsidade e hipocrisia.

Meta: ser verdadeira no que eu acredito, ser verdadeira nas minhas convicções, com os meus objetivos de vida e à minha natureza. Ser verdadeira comigo mesma, antes de tudo.

Não dá para ser uma pessoa por dentro e outra por fora. Viver de aparências causa sofrimento.

Amar algo e esconder, até mesmo de si mesmo. Ter consciência de certas coisas e fingir que não. Isso é o que eu venho fazendo, às vezes, sem saber.

Ser honesto requer muita coragem. Sim, pois, à medida que vamos nos descobrindo, muita coisa suja aparece. Encarar nossa verdade e, mais que isso, escancará-la ao mundo, é assustador.

Iyengar diz que “A verdade é de poder tremendo. Os vedas dizem que nada que não se baseie na verdade pode frutificar ou trazer bons resultados. A verdade é a Alma em comunicação com o estado consciente”. Daí a importância do desenvolvimento deste yama em mim.

É importante observar, também, não impor aos outros a nossa verdade. Porque, além de poder se tornar arrogância ou vaidade, aquela história de “estou te magoando, mas sou sincero/sincera” comigo não cola.

Rosana Biondillo escreveu que “as pessoas que dizem absolutamente tudo o que pensam, muitas vezes não estão sendo necessariamente verdadeiras, mas imaturas, pois nem tudo o que pensamos ser verdade o é de fato, ou pode ou deveria ser dito a qualquer um e, muito menos, de qualquer modo. Deve existir um contexto, uma situação que propicie essa atitude e que a torne válida, onde aquele que ouve deve, de fato, estar preparado e querer ouvir o que temos a dizer. Dessa forma, se não considerarmos os sentimentos do outro ao lhe dizer a verdade (se o que vamos lhe dizer pode magoá-lo ou não), estaremos sendo egoístas”.

Não à toa, Satya vem precedida por outro yama, Ahimsa, a não violência. Nossas ações e palavras não devem ferir, em primeiro lugar.

Nada como ser autêntico sem deixar de ser manso e afetuoso!
 
 

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