segunda-feira, 14 de junho de 2010

Voltando pra casa

Se eu fizer aqui uma retrospectiva do que foi a minha viagem, vocês dificilmente encontrarão algo que tenha a ver com Yoga. É verdade que eu usei a sacada de alguns hotéis – ou mesmo o chão ao lado da cama – para meditar em algumas manhãs e fiz alguns asanas na praia e em outros cenários deslumbrantes, mas, para ser muito sincera, os momentos em que mais pensei em Deus foram os de sufoco.
Por exemplo, quando me encontrei sozinha e exposta no alto de uma montanha no meio de um temporal e rezei para não cair um raio na minha cabeça; ou quando me perdi num vale e morri de medo de escurecer antes de encontrar a saída ou me machucar seriamente ali no nada ou coisas piores.
Nesses momentos eu me questionei: “Cadê o controle da mente? Por que eu estou chorando em pânico se eu confio em Deus?” E me achei uma porcaria de yogi.
Sendo ou não uma yogi, volto pra casa ilesa e feliz. Graças ao Bom-Deus-dos-viajantes-em-ilhazinhas-que-não-tem-hospital, mesmo quando tive uma crise de tremedeira, fraqueza, tontura e enjôo (sei lá o que tive), tudo acabou bem.
No final das contas, saio dessa experiência acreditando ainda mais no Bhagavad Gita que diz que “Quem pensa sempre em objetos sensórios, apega-se a eles; desse apego nasce o prazer e o prazer gera a inquietação”. Quero dizer, com tantos estímulos que uma viagem longa por vários lugares traz, fica difícil mesmo manter a mente quieta. Senti dificuldade para meditar e mais dificuldade ainda em ficar tranqüila.
Não pensem vocês que não valeu a pena. Eu adorei cada experiência que tive nesse mês. Até realizei o sonho de voar de balão! Não pretendo abandonar as viagens, só cheguei à conclusão de que essa vivacidade eu também encontro no meu cotidiano, não preciso disso pra ser feliz, e muito devo a Yoga.

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