sábado, 24 de julho de 2010
Tantas frustrações, tantas esperanças vãs. Por que a gente insiste em ter expectativas sabendo que só geram frustrações?
Está muito difícil esse momento pra mim. Perdi a fé. Parei as práticas, fugi das satsangas. Faz mesmo tanto sentido tudo isso? Deus pode mesmo me ajudar? Às vezes acho que nem Ele pode, nem ninguém. E simplesmente me sinto absurdamente sozinha.
Sei que no fundo não estou, e se estou é por escolha própria, pois fecho a porta até para os anjos.
Como esse mundo é impermanente sei que vai passar. Vai passar a dor, mas logo passa de novo a tranqüilidade. Altos e baixos... Como é duro manter o equilíbrio! Eu nem cheguei perto dele e já o perdi de vista totalmente. Não controlo mais a minha mente, quase não me controlo absolutamente.
domingo, 18 de julho de 2010
Divulgando o e-mail que eu recebi:
"Comemoração do Guru Purnima 2010
23 a 25 de Julho - Tradição Sivananda Yoga
Dia 25/07/10 – A Lua Cheia de Julho é considerada pelos Gurus da Índia a data mais importante do ano para práticas intensivas de yoga, para conexão com o guru espiritual e expansão da consciência, além de benefícios em todas as áreas da vida.
Comemoramos com técnicas de yoga, meditações e pujas (rituais) com recitação de Mantras em Sânscrito. Especialmente neste ano incluindo os poderosos Hinos: Sri Rudram, Sri Suktam, Purusha Suktam e Narayana Suktam. Excelentes para saúde, paz, e prosperidade
Dia 23 de Julho 2010 – Sexta-feira
Satsanga Especial – das 20 às 22h.
Evento gratuito e aberto a todos !
Reunião com canto de Mantras, Meditação, palestra, arati e prasad.
Dia 24 de Julho 2010 – Sábado
Prática Intensiva de preparação para o Guru Purnima
das 10 às 13h. – investimento R$125,00
10h. - Mantra Yoga
11h. - Asanas e Pranayamas
12h. - Kundalini Yoga
13h. – Mantras Finais
Dia 25 de Julho 2010 – Domingo
Dia do Guru Purnima
Investimento R$ 188,00
10h. - Meditação para conexão com o Guru
11h. – Práticas de Yoga para o Despertar da Energia Interior
12h. - Prática e Meditação para a Expansão da Consciência
13h. – Mantras Finais
13:30h. – Almoço vegetariano
15h. – Prática pessoal no Instituto ou passeio em silêncio no parque
17h. – Palestra sobre a Iniciação Mantra Diksha
18h. – Intervalo (chá indiano)
18:30h. – Satsanga do Guru Purnima: reunião com Canto de Kirtans e Mantras
19h. – Puja, Ritual Tradicional para saúde, paz e prosperidade
20:30h. – Arati, Mantras Finais e distribuição de Prasad (alimento consagrado com os Mantras durante o ritual).
Investimento:
Sábado de Práticas Intensivas (período da manhã, das 10 às 13h.) - R$ 125,00.
Domingo com as todas as atividades – R$ 188,00.
Desconto: Participando dos 2 dias - R$ 260,00.
Almoço vegetariano incluído - reservas até dia 23/07.
Observação: confirmar a sua presença por e-mail ou tel. e chegar com antecedência de 15 min.
Local do Evento:
Instituto Sivananda – Divine Life Society Brasil
R. Dom Valverde, 108. – Ipiranga – São Paulo - SP
F: (11) 2272.1098 / 3399.6012
Visite o nosso site: http://www.dls-saopaulo.org/
e-mail: sivaswarupa@yahoo.com "
Namastê!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Swami Shankarachárya, um dos maiores filósofos hindus e reorganizador da antiga Ordem dos Swamis da Índia no século IX, dizia "não existe em nenhum dos mundos, nada que se possa comparar a um verdadeiro guru. Se a pedra filosofal realmente existe, ela só pode transformar ferro em ouro e não em outra pedra filosofal. O venerado mestre, independente da sua idade cronológica, por outro lado, torna igual a si próprio o discípulo que busca verdadeiramente e com entrega o refúgio a seus pés. O guru, portanto, não é só incomparável, mas também transcendental." Daí a importância do Guru.
A tradição guru-shishya é um relacionamento espiritual dentro da tradição Hindu que está centrada na transmissão de ensinamentos de um guru (professor) a um shishya (discípulo). No contexto Hindu, o termo guru significa aquele que ensina ou comunica o conhecimento. O princípio deste relacionamento é o conhecimento, especialmente o sutil ou conhecimento avançado, que é mais bem conduzido através de uma forte relação baseada nos ideais que o estudante respeita, confia, tem devoção e obediência, e na instrução pessoal pela qual o estudante eventualmente domina o conhecimento que o guru personifica.
A relação guru-shishya é uma prática que evoluiu do componente fundamental do Hinduísmo, desde o começo da tradição oral nas Upanishads (c. 2000 BC). O termo Upanishad deriva da palavra em Sânscrito upa (próximo), ni (chão) e şad (sentar) — "sentados próximos no chão" um mestre espiritual recebe instruções na tradição guru-shishya. Um exemplo da dinâmica pode ser achada na personificação do relacionamento entre Krishna e Arjuna no seguimento da Bhagavad Gita chamado Mahabharata, e entre Rama e Hanuman no Ramayana.
A mais conhecida forma de relação Guru-shishya é o relacionamento bhakti. Bhakti significa entregar a Deus, deuses ou ao guru (sânscrito guru bhakti = devoção ao professor). Bhakti se estende da simplicidade na expressão da devoção até o princípio da dizimação do ego no prapati, que é a rendição total. A forma do relacionamento bhakti entre guru-shishya geralmente incorpora três crenças ou práticas principais:
1. A devoção ao guru como um figura divina ou avatar.
2. A crença que um guru transmitirá, ou eventualmente comunicará o moksha, o diksha ou o shaktipat para o shishya.
3. A crença que se os atos do shishya focalizarem sua devoção (bhakti) no guru suficientemente forte e dignamente, então alguma forma de mérito espiritual será adquirida
Segundo o site http://www.vidyayoga.org.br/blog_mestre/?p=post&id=48:
‘Ter a presença e a graça de um guru na vida para orientar e seguir, muitas vezes, não é fácil de se compreender. O primeiro princípio que rege o relacionamento entre o guru e seu discípulo é a lealdade. A maioria dos seres humanos ainda não aperfeiçoou esta qualidade divina nem mesmo em relação à família, nem ao cônjuge, nem aos amigos. Ser leal é ser entregue, dedicado, confiante. Mas devemos entender que lealdade não significa estreiteza de espírito ou seguir cegamente alguém. O coração leal é um coração valente, forte e destemido, é um coração compreensivo, consciente e compassivo para com tudo e com todos. Ou seja, o discípulo deve subordinar sua vontade, que é centrada no seu ego, à vontade do guru que está em sintonia com o Absoluto. Ou faz isto ou desiste do caminho.Mas esta desistência, inclusive é estimulada pelo guru, quando este vê que o discípulo não está em condição momentânea de seguir. Querendo ou não, todas as pessoas têm um guru. E aquele que desiste do caminho, mais cedo ou mais tarde voltará e os caminhos de mestre e discípulo se cruzarão novamente, seja com este ou com aquele guru. Mas sempre haverá um guru. Quando o discípulo é leal e se entrega, sua consciência periférica evolui mais rapidamente e sua vontade se liberta gradual ou subitamente dos escravizantes desejos egoístas e dos maus hábitos adquiridos, dos estados de ânimo e desânimo desgastados e repetitivos os quais variam entre euforia e depressão, atenção e dispersão, confusão mental e compreensão, de amor e ódio'.
A Siddha Yoga é um caminho espiritual baseado nas habilidades que os gurus têm de acordar kundalini, a energia espiritual dita adormecida na base da coluna. Essa habilidade de acordar a kundalini é conhecida como shaktipat, uma transferência da energia espiritual do guru para o devoto. Shaktipat pode acontecer de várias formas, através do desejo do guru, um olhar ou um toque. Pode até mesmo acontecer através de uma fotografia. Gurumayi (Swami Chidvilasananda, na foto ao lado) e seu guru, Swami Muktananda, defendem que a meditação na imagem do guru é a forma mais alta de meditação. Essa visão também foi apoiada por outros fora da Siddha Yoga, como Sathya Sai Baba.
Sivananda dizia que é absolutamente necessário ter um guru, aqueles que alcançaram a iluminação sozinhos vieram a essa existência como mestres espirituais como resultado de serviço intenso, estudos e prática de meditação em vidas passadas, ou seja, já estudaram com um guru!
Para saber mais sobre esse assunto de fundamental importância leia em http://sivanandaonline.org/graphics/ebooks/swami_sivanandaji/downnload/guru_tattva.pdf
Aproveitem o Guru Purnima!
quarta-feira, 14 de julho de 2010
O mundo fenomênico é composto por três gunas (qualidades): Sattva, Rajas e Tamas, presentes em distintos graus em todo tipo de objeto, material ou sutil, e que operam no nível físico, mental e emocional.
Os gunas se manifestam no homem da seguinte maneira:
• Sattva como pureza (unidade). É relativo à consciência elevada, sabedoria da unidade, desenvolvimento, inteligência, propósito consciente;
• Rajas como atividade e movimento. Relativo a ele é movimento sem consciência do propósito, dinamismo, diferenciação. Está ligado aos sentidos, ao prazer imediato, ao estado impulsivo;
• Tamas como preguiça e inércia. Relativo à ignorância, apego à ilusão, inércia de se movimentar, de progredir, de ter consciência (não querer nem ouvir).
Devemos tentar usar o conceito dos três gunas em tudo na vida. Levando em consideração que o corpo é de natureza tamásica, tende à preguiça e à inércia, e que a mente tem características rajásicas, quer ver o que está acontecendo fora e com as memórias, lembramos que a mente não vai se estabilizar sozinha, é necessária a repetição de mantras, práticas de pranayamas e asanas – estar com o corpo confortável acalma a mente momentaneamente, traz equilíbrio inicial.
Entretanto, cobrança em excesso é tamásico. Todo excesso promove Tamas (frio, calor, comida, barulho, etc.), toda escassez leva a um aumento de Rajas (pouca comida, pouca compreensão, dormir pouco). Equilíbrio é sattvico.
Se eu estou ouvindo uma música agitada com consciência de que preciso me animar, estou em Sattva. Quando perco a consciência entro em Rajas. Excesso de Rajas gera Tamas que pede novamente Rajas – Ciclo Rajas-Tamas. Desta forma, o ato em si não é característico (rajásico, tamásico...), desde que se use com equilíbrio.
A dieta também tem íntima conexão com a mente, que é formada pela porção mais sutil da energia do alimento. Há alimentos que agitam ou obscurecem a mente (rajásicos e tamásicos), e há pessoas mais sensíveis a determinados alimentos.
Toda essa teoria é importante pra mim nesse momento porque é um alívio pensar que o menor pensamentozinho de consciência para o progresso é sattvico. Pensar: “me deixa sair dessa tristeza” ou “pare de pensar com raiva”, já é um estímulo sattvico. Tem algo de sattvico se desenvolvendo aqui dentro sem que eu perceba!
“Tamas deve ser superado por Rajas e Rajas por Sattva. Mas finalmente Sattva também deve ser abandonado se o aspirante quer conseguir a liberdade total”. Falta muito pra chegar lá, mas saibam que qualquer virtude que vocês desenvolvam já é um grande passo.
domingo, 11 de julho de 2010
"O Buda" é um filme argentino de 2005 que conta a história de Tomás, um jovem em grande busca espiritual. O filme é interessante porque traz diversos questionamentos, desde questões racionais e filosóficas sobre Deus até sobre o quanto as práticas espirituais afetam as pessoas que nos rodeiam.
Como pessoas de diferentes religiões, com diferentes tipos de buscas, ou até mesmo sem nenhuma crença, acabam envolvidas em um templo zazen budista, esta é uma forma gostosa de saber mais sobre o zazen. Vale a pena conferir. Eu gostei do diálogo sobre o peixe e o macaco:
PS: Alex, obrigada pela dica. Não consigo responder ao comentário, dá erro, mas enfim, realmente o site tem muita coisa interessante. Sempre que tiver novidades me escreva, aprecio sua ajuda. Namastê!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Amanhã, dia 8 de julho, segundo o calendário hindu, é Ekadasi. Ekadasi é uma palavra em sânscrito que significa ‘o décimo primeiro’ e refere-se ao décimo primeiro dia depois da lua cheia e da lua nova (uma vez por quinzena). É um dia em que, como adoração ao Senhor Vishnu, os devotos se abstem de alimento. Deve-se executar esse serviço devocional em completa tapasya, austeridade. O ideal é realizar um jejum completo (abstendo-se até mesmo de água) durante 24 horas. Se não for possível, pode-se adaptar para as próprias condições, alimentando-se de frutas e leite. Grãos e cereais são proibidos.
Observar o Ekadasi incrementa o avanço espiritual e nesse mês os Ekadasi dos dias 8 e 23 de julho são especialmente importantes, pois antecedem o dia do Guru Punima.
Purnima significa “dia de lua cheia”. É o dia da melhor lua do ano, em que se acredita ter a melhor reflexão da energia cósmica e por isso é muito propício a meditação. Na Índia, Guru Purnima é comemorado no mês Ashadha (julho) e são homenageados todos os que transmitem a luz do autoconhecimento a seus discípulos, assim como a lua cheia reflete plenamente a luz do sol. Esse ano dia 25 de julho.
Até lá falarei sobre a importância do Guru.
Purifiquem-se em Ekadasi.
Namastê!
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Terça-feira, participei de uma aula de Power Yoga com a professora Clizia. Ela desenvolveu um material muito interessante para professores de Yoga e para quem já pratica há algum tempo e quer mais idéias para praticar sozinho em casa. Trata-se do ‘Yoga Cards’, uma caixa com 180 cartas, cada uma com um asana e seu nome segundo a tradição de Sivananda e de Iyengar (que às vezes diferem um pouco).
Na aula ela pediu para que escolhêssemos 6 cartas e, depois de alguns Suryanamaskar, executávamos vinyasa entre os asanas escolhidos. Mas dá para brincar com essas cartas de diversas formas, escolhendo um asana de cada grupo (retroflexão, invertida, equilíbrio, etc), tirando as cartas ao acaso, como a criatividade mandar.
Uma vantagem para o professor que trabalha com esse material é conseguir ter uma imagem do aluno através dos asanas que ele escolhe, se ele tem escolhido sempre os mesmos, se não se arrisca, se evolui...
Vale a pena conhecer esse resultado de anos de pesquisa que facilita os nossos estudos também, afinal existem tantos asanas e tantas variações!
Por enquanto o Yoga Cards está a venda somente através da professora: www.sattvayogastudio.com.br
Namastê!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Lembram quando eu estava me questionando se era uma boa Yogi? Pois é, descobri que nem Yogi eu sou. Para alguns autores, quem atingiu a iluminação é um Yogi e quem está no caminho é um Yogin (ou uma Yogini). Para algumas escolas há todo um processo de aprovação para chegar ao grau de Yogi. Para meu professor, só quem dedica a vida a Yoga é um Yogi – o que quer dizer acordar e dormir praticando todos os tipos de Yoga possíveis.
Logo, eu sou uma shadaka, que é quem pratica sádhana, ou seja, tem práticas espirituais com alguma freqüência. Sou uma aspirante devotada à prática da disciplina espiritual. Bonito isso, né? Só tem um porém: Se você não se assumir como um sadhaka, você nunca vai fazer sádhana. Você tem que estar entusiasmado. Deve haver desejo sáttvico, senão não haverá prática espiritual.
Muitas vezes me repreendo por não ter fé, por não fazer o bastante, por perder o interesse fácil, ou seja, por não estar entusiasmada o bastante e estar cheia de dúvidas sobre a veracidade de tudo isso – faz mesmo sentido ficar repetindo voltas de Japa Mala?
Sivananda diz que o progresso espiritual depende da fé – fé em Deus, fé nas escrituras, fé no Guru. "Tenha fé em você mesmo. Tenha fé em Deus. Tenha fé no Guru. É fácil depositar sua fé na matemática, na astrofísica, nas leis científicas conhecidas. No caminho espiritual, com leis e efeitos invisíveis, é mais difícil colocar fé. Mas fé inicial é necessária. Se você fizer sincero sádhana por um ano inteiro, você obterá uma pequena experiência, alguma pequena evidência concreta para lhe convencer da existência de um poder que não pode ser visto, da existência de leis que a ciência não pode explicar, que a razão não tem poder suficiente para analisar".
Bom, é isso que eu estou tentando. Mas fiquei muito mais tranqüila ao descobrir que: "Sadhakas freqüentemente vem a mim e reclamam da falta de fé, eu digo a eles: 'Não se preocupe. Faça sádhana. É precisamente para induzir fé que sádhana é prescrito'".
Se você ler bem em inglês, pode ler o artigo completo de Swami Sivananda em http://www.yogamag.net/archives/2004/djuly04/havefaith.shtml
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