sexta-feira, 16 de julho de 2010

A importância do guru

Swami Shankarachárya, um dos maiores filósofos hindus e reorganizador da antiga Ordem dos Swamis da Índia no século IX, dizia "não existe em nenhum dos mundos, nada que se possa comparar a um verdadeiro guru. Se a pedra filosofal realmente existe, ela só pode transformar ferro em ouro e não em outra pedra filosofal. O venerado mestre, independente da sua idade cronológica, por outro lado, torna igual a si próprio o discípulo que busca verdadeiramente e com entrega o refúgio a seus pés. O guru, portanto, não é só incomparável, mas também transcendental." Daí a importância do Guru.
A tradição guru-shishya é um relacionamento espiritual dentro da tradição Hindu que está centrada na transmissão de ensinamentos de um guru (professor) a um shishya (discípulo). No contexto Hindu, o termo guru significa aquele que ensina ou comunica o conhecimento. O princípio deste relacionamento é o conhecimento, especialmente o sutil ou conhecimento avançado, que é mais bem conduzido através de uma forte relação baseada nos ideais que o estudante respeita, confia, tem devoção e obediência, e na instrução pessoal pela qual o estudante eventualmente domina o conhecimento que o guru personifica.
A relação guru-shishya é uma prática que evoluiu do componente fundamental do Hinduísmo, desde o começo da tradição oral nas Upanishads (c. 2000 BC). O termo Upanishad deriva da palavra em Sânscrito upa (próximo), ni (chão) e şad (sentar) — "sentados próximos no chão" um mestre espiritual recebe instruções na tradição guru-shishya. Um exemplo da dinâmica pode ser achada na personificação do relacionamento entre Krishna e Arjuna no seguimento da Bhagavad Gita chamado Mahabharata, e entre Rama e Hanuman no Ramayana.
A mais conhecida forma de relação Guru-shishya é o relacionamento bhakti. Bhakti significa entregar a Deus, deuses ou ao guru (sânscrito guru bhakti = devoção ao professor). Bhakti se estende da simplicidade na expressão da devoção até o princípio da dizimação do ego no prapati, que é a rendição total. A forma do relacionamento bhakti entre guru-shishya geralmente incorpora três crenças ou práticas principais:
1. A devoção ao guru como um figura divina ou avatar.

2. A crença que um guru transmitirá, ou eventualmente comunicará o moksha, o diksha ou o shaktipat para o shishya.

3. A crença que se os atos do shishya focalizarem sua devoção (bhakti) no guru suficientemente forte e dignamente, então alguma forma de mérito espiritual será adquirida

Segundo o site http://www.vidyayoga.org.br/blog_mestre/?p=post&id=48:
‘Ter a presença e a graça de um guru na vida para orientar e seguir, muitas vezes, não é fácil de se compreender. O primeiro princípio que rege o relacionamento entre o guru e seu discípulo é a lealdade. A maioria dos seres humanos ainda não aperfeiçoou esta qualidade divina nem mesmo em relação à família, nem ao cônjuge, nem aos amigos. Ser leal é ser entregue, dedicado, confiante. Mas devemos entender que lealdade não significa estreiteza de espírito ou seguir cegamente alguém. O coração leal é um coração valente, forte e destemido, é um coração compreensivo, consciente e compassivo para com tudo e com todos. Ou seja, o discípulo deve subordinar sua vontade, que é centrada no seu ego, à vontade do guru que está em sintonia com o Absoluto. Ou faz isto ou desiste do caminho.Mas esta desistência, inclusive é estimulada pelo guru, quando este vê que o discípulo não está em condição momentânea de seguir. Querendo ou não, todas as pessoas têm um guru. E aquele que desiste do caminho, mais cedo ou mais tarde voltará e os caminhos de mestre e discípulo se cruzarão novamente, seja com este ou com aquele guru. Mas sempre haverá um guru. Quando o discípulo é leal e se entrega, sua consciência periférica evolui mais rapidamente e sua vontade se liberta gradual ou subitamente dos escravizantes desejos egoístas e dos maus hábitos adquiridos, dos estados de ânimo e desânimo desgastados e repetitivos os quais variam entre euforia e depressão, atenção e dispersão, confusão mental e compreensão, de amor e ódio'.
A Siddha Yoga é um caminho espiritual baseado nas habilidades que os gurus têm de acordar kundalini, a energia espiritual dita adormecida na base da coluna. Essa habilidade de acordar a kundalini é conhecida como shaktipat, uma transferência da energia espiritual do guru para o devoto. Shaktipat pode acontecer de várias formas, através do desejo do guru, um olhar ou um toque. Pode até mesmo acontecer através de uma fotografia. Gurumayi (Swami Chidvilasananda, na foto ao lado) e seu guru, Swami Muktananda, defendem que a meditação na imagem do guru é a forma mais alta de meditação. Essa visão também foi apoiada por outros fora da Siddha Yoga, como Sathya Sai Baba.
Sivananda dizia que é absolutamente necessário ter um guru, aqueles que alcançaram a iluminação sozinhos vieram a essa existência como mestres espirituais como resultado de serviço intenso, estudos e prática de meditação em vidas passadas, ou seja, já estudaram com um guru!

Para saber mais sobre esse assunto de fundamental importância leia em http://sivanandaonline.org/graphics/ebooks/swami_sivanandaji/downnload/guru_tattva.pdf

Aproveitem o Guru Purnima!

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