sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Obrigações

O blog fez um ano. Como já disse aqui, adorei essa experiência. Continuo vibrando com cada visita – cara, tem várias, inacreditável!
Afastei-me um pouco da Yoga nesse final/começo de ano. Engraçado é que andei, andei, e parece que mal saí do lugar. O Dalai Lama, quando perguntado sobre o processo de evolução espiritual, respondeu que em 70 anos ele conseguiu evoluir um pouquinho (mostrando com os dedos um centímetro!). Quem sou eu para, em um ano, querer operar milagres?
Continuo uma louca neurótica. Às vezes um pouco mais serena e feliz, às vezes uma pirada ansiosa irritante. Minha auto estima insiste em cair no pé com certa freqüência e coisinhas teimosamente encravadas em minha mente voltam a me assombrar.
Contardo Calegaris escreveu algo muito interessante sobre transformar desejo em obrigação: “Conheci pouquíssimos que sumiram, mas conheço muitos que expressam a vontade de sumir. Todos explicam sua vontade da mesma forma: trata-se de fugir de exigências impossíveis de serem satisfeitas. Mas, cuidado: 'Eles me pedem demais' é a tradução projetiva de 'eu me peço demais'. Quem foge das exigências do mundo está quase sempre fugindo das exigências que seu próprio desejo lhe coloca. (...) Funciona assim: um dos jeitos de nos autorizarmos a querer o que desejamos consiste em transformar nosso desejo numa obrigação. Desejar é mais fácil (embora menos alegre) quando imaginamos desejar a mando de algum outro. O problema é que esse desejo, facilitado por ser mandatário, logo aparece como uma exigência da qual, eventualmente, vamos querer fugir.
Meu voto para o Ano Novo: que nos preocupemos menos em mudar nossas vidas e encontremos jeitos de conseguir desejar o que já desejamos sem transformar nosso desejo em obrigação.”

Tenho pensado nisso, no quanto transformo as coisas que gosto de fazer em obrigações excruciantes. Correr: só se for seguindo a planilha e aumentando a quilometragem toda semana. Meditação: todo dia e precisa sentir o efeito, senão não valeu. Yoga: estudar, treinar, melhorar, pesquisar, escrever... Até que me esgoto e abandono tudo. Isso não vem de hoje, nem acho que seja a primeira vez que discuto isso aqui no blog, mas é tão difícil resolver que preciso sempre recordar.
Tendo dito isso, amigos, não prometo observar ekadasi, seguir as satsangas, fazer a sadhana, escrever com freqüência no blog (vocês entenderão...). Prometo ser mais leve.

Namastê!

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